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Henrique Almeida

O mercado mundial de azeites testemunha o Brasil como o sétimo maior consumidor, com cerca de 62 mil toneladas anuais, mas a produção nacional, ainda incipiente, enfrenta desafios significativos. O país é o segundo maior importador global de azeite, apesar dos esforços para impulsionar a olivicultura, que começou comercialmente em 2008.

Embora represente apenas cerca de 5% do consumo nacional, a qualidade do azeite brasileiro, notadamente o paulista, está conquistando reconhecimento internacional. Patricia Galasini, presidente da Câmara Setorial de Olivicultura, destaca que, mesmo com uma produção modesta, produtores paulistas têm conquistado prêmios no exterior, evidenciando a qualidade e a saúde dos azeites especiais.

Entre os destaques está a Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama, cujo azeite Orfeu foi premiado 22 vezes em 2023, sendo considerado o 16º melhor do mundo pelo EVOO World Ranking. O azeite Sabiá, de Santo Antônio do Pinhal, também se destaca, classificado como o 3º melhor do mundo pelo EVOOLEUM, importante concurso espanhol.

Entretanto, apesar do reconhecimento, a produção paulista enfrenta desafios climáticos. Mudanças nas condições meteorológicas afetaram a floração, resultando em uma queda na produção. A preocupação com as mudanças climáticas levou à busca por variedades mais resistentes e práticas agrícolas sustentáveis pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).

Durante uma recente reunião da Câmara Setorial de Olivicultura, discutiram-se ações estratégicas para enfrentar desafios como adulteração de produtos e os impactos climáticos. A ênfase na qualidade, integridade do produto e certificação de qualidade visa melhorar a competitividade e sustentabilidade do setor.

O reconhecimento internacional dos azeites paulistas é também resultado do trabalho científico da Apta, que desenvolve a cultura e controla pragas e doenças. O programa Oliva SP, liderado por instituições como o Instituto Agronômico (IAC-Apta) e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” (Esalq/USP), contribui para o avanço da olivicultura no estado.

O governo paulista, durante o SP Agro em novembro de 2023, assinou a Resolução do Comércio de mudas de oliveiras certificadas, fortalecendo as bases para a manutenção e produção. Embora as mudanças climáticas impactem os preços dos azeites importados, a qualidade e o reconhecimento internacional dos azeites paulistas indicam um caminho promissor para o setor.

Fonte: Canal Rural