Foto: SportSinop - Cuiabá e Sinop são equipes que aguardam essa verva
Os R$ 2 milhões prometidos pelo Governo do Estado aos participantes do Campeonato Mato-grossense de 2012 continuam rendendo muita polêmica. O repasse, viabilizado através de Projeto aprovado na Assembléia Legislativa, até agora não aconteceu. “Cansados de cobrar”, dirigentes de pelo menos sete equipes articulam um boicote ao Estadual de 2014 caso não recebam este dinheiro.
“Nós, dirigentes, temos pressionado uns aos outros para tomarmos uma atitude. Não é possível mais conviver com isso. O dinheiro foi garantido por lei, e cansamos de cobrar o Governo. Não estamos pedindo mais nada, nenhum outro tipo de apoio, até porque sei que não vão cumprir, queremos apenas o dinheiro que nos foi prometido”, disse na tarde desta terça-feira o presidente do União, Carlos Rufino.
Particularmente em relação ao Colorado, Rufino disse que as dívidas de 2012 só foram pagas depois que o Internacional-RS vendeu o zagueiro Rodrigo Moledo para um time da Ucrânia:
- Como ele jogou no União antes dos 23 anos, o clube foi ‘formador’ e tivemos uma participação na venda. Com o dinheiro que recebi paguei os débitos do ano passado, mas outros times não conseguiram quitar suas dívidas até agora. Estão vivendo de promessas.
Rufino acrescentou que um boicote ao próximo campeonato não seria “radicalização”, mas sim uma real demonstração da necessidade dos clubes. “O Governo está sendo injusto com nós e o momento é este, pois estamos às vésperas de um ano de Copa do Mundo e nada está sendo feito em prol do futebol regional”, frisou, adiantando que estão “juntos” neste movimento, além do União, o Mixto, Vila Aurora, Cacerense, Sinop, Sorriso e Mato Grosso.
- Cuiabá, Luverdense e REC também apoiam, mas estão em situações diferentes. Cuiabá e Luverdense disputam o Campeonato Brasileiro e não podem correr o risco de uma punição, já o REC, embora seja igualmente parceiro nosso, tem o seu presidente como um dos vices da FMF.
Também nesta terça, pela manhã, o presidente do Mixto, Eder Moraes, declarou ao programa esportivo da Rádio Industrial/Band que o movimento tem seu “total apoio”, apesar de ser funcionário do Governo do Estado – é secretário-chefe do escritório de articulação institucional em Brasília:
- O Governo tem esta dívida com os clubes, que precisam deste dinheiro. Precisamos receber e este movimento visa nos dar mais força, inclusive levando em conta a possibilidade de não disputarmos o próximo campeonato.
Dias atrás, também os presidentes do Cuiabá, Aron Dresch; do Luverdense, Helmute Lawisch; e Ezequiel Rosa, do Mato Grosso, haviam se manifestado de forma veemente contra o Governo.
O Secretário de Esportes do Governo do Estado, Ananias Filho, informou no início do mês passado que o repasse do dinheiro aos clubes fora vetado pelo Ministério Público Estadual. Disse que tentaria “reverter a situação”. Uma fonte ligada a SEEL afirmou que “este dinheiro não será repassado, não este ano”.
Fonte: SportSinop/Valcir Pereira e Craques do Rádio
Foto: Redação/SportSinop