
A diretoria do Comitê Organizador Local (COL) convocou, às pressas, o secretário Maurício Guimarães (Secopa) para uma reunião emergencial no Rio, nesta quinta, às 11h, para tratar de assuntos gerais, mais especialmente sobre a polêmica em torno da compra das cadeiras para o estádio da Arena Pantanal, cujo contrato foi anulado pelo governo estadual, após notificação recomendatória do Ministério Público, muita polêmica e reclamação de que teria havido superfaturamento.
Para o COL não interessa a empresa ganhadora da licitação, mas sim a qualidade do produto e que seja concluído dentro do prazo previsto. De acordo com o site RDNews, apurou que Maurício, ainda por telefone no ato da convocação, foi alertado sobre o risco de Cuiabá perder a condição de uma das 12 cidades sede da Copa. É que o cancelamento do certame e a reabertura de processo para buscar novo contrato devem comprometer a conclusão do projeto do estádio, que estava prestes a receber da Kango Brasil, vencedora da licitação, 47 mil assentos e mais armários de vestiários e toda bancada da área de imprensa e da Fifa.
O COL observa que, no caso de um estádio de futebol, a colocação de cadeiras é sinal de que a obra está pronta e, como anulou-se a compra, corre risco de não finalizá-la até dezembro. Se isso acontecer, a capital mato-grossense poderá ficar de fora. A Fifa já demonstra preocupação com Cuiabá, haja vista que a venda de ingressos para os 4 jogos do Mundial registra baixa procura.
VERSÕES
Arena Pantanal, que já consumiu R$ 600 milhões e custo das cadeiras representa 3% do valor global
A reviravolta começou com a notícia veiculada no último dia 16 pelo Blog do Vinicius Segalla, do UOL Esporte, apontando que a venda e instalação das cadeiras custaram R$ 19,4 milhões, uma média de R$ 436,8 por assento. A mesma Kango, líder do mercado em assento nos estádios, participou de concorrência para fornecer 72,4 mil cadeiras no Mané Garrincha, em Brasília, e lá o valor do lance da mesma empresa foi de R$ 12,7 milhões, com preço unitário de R$ 175 reais.
Mesmo argumentando que as cadeiras têm melhor qualidade e conforto, a Secopa, para evitar mais polêmica, cancelou a compra. O curioso é que o próprio Ministério Público, que reforçou a recomendação, não apontou irregularidades, como fraude, superfaturamento ou direcionamento de concorrência, o que dá munição para a vencedora da licitação recorrer à Justiça e com chance reais de ganhar.
O MPE entendeu que até houve licitação isonômica, mas, como o governo do Estado enfrenta problemas de endividamento e crises em alguns setores, como saúde e educação, inclusive uma greve geral dos professores, deveria comprar cadeiras com menor preço.
Foi a própria Secopa quem escolheu o tipo de material e, depois, acuada pela opinião pública e sob orientação do MPE, mandou anular a compra. Até argumenta e faz comparativo. Assegura que no estádio de Brasília foram gastos R$ 180 milhões na cobertura, enquanto no da Arena, R$ 40 milhões para, dessa forma, poder privilegiar o torcedor com cadeiras confortáveis e com durabilidade de 15 anos. As cadeiras se tornaram vilãs da história, mesmo representando 3% do valor da obra da Arena, que está com 85% concluída e já consumiu cerca de R$ 600 milhões. Para piorar, ainda colocam Cuiabá sob risco de exclusão da Copa-2014.
Fonte: SportSinop/Valcir Pereira e Futebol MT (Redação Futebol MT), em Rondonópolis
Foto: Redação/SportSinop