
Uma luz no fim do túnel apareceu para os dez clubes que disputaram o
Campeonato Mato-grossense do ano passado. Pressionado pela Assembleia
Legislativa e ouvindo apelos por parte de dirigentes que chegaram a criar uma
comissão que foi até ao Palácio Paiaguás, o governador Silval Barbosa (PMDB)
já autorizou o pagamento de R$ 2 milhões às equipes que fizeram parte do
Estadual passado.
O valor é referente ao projeto de lei criado ainda na
primeira gestão do ex-governador e hoje senador Blairo Maggi (PR) para ajudar
os times mato-grossenses que na época atravessavam sérios problemas
financeiros. Após sete anos, o repasse chegou a ser ameaçado pelo atual chefe
do Executivo diante da crise que o Estado passa em diversas áreas como
segurança, educação entre outras.
O maior problema é como será feito
a qui- tação do débito e por onde sairá. Uma das saídas e a mais
alternativa é o pagamento a ser feito pela Secretaria Extraordinária da Copa
(Secopa), que ficaria responsável em celebrar o convênio com a Federação
Mato-grossense de Futebol (FMF). Mas há também a própria Secretaria Estadual
de Esportes e Lazer (Seel), de onde o dinheiro sempre foi liberado. Contudo,
não há um prazo para a quitação da ‘dívida" com o futebol profissional
mato-grossense.
No início do ano passado, os deputados estaduais
liderados por José Riva (PSD), Baia- no Filho (PMDB), Jota Barreto (PR), Mauro
Savi (PR) e outros que formam a bancada da bola na Assembleia Legislativa
aprovaram o projeto de lei, orientando o Estado a repassar os R$ 2
milhões.
Diante da crise econômica e das obras pa- ra a Copa do Mundo
de 2014, Silval Barbosa não sancionou a ajuda. Pressionados por suas bases a
ajudar os clubes, muitos deles com nomes de municípios como, por exemplo,
Sorriso Esporte Clube, os parlamentarem revogaram a lei, exigindo novamente o
pagamento. Por sua vez, o Estado alegava que a verba aos clubes não fazia parte
do Orçamento Anual do Estado. Portanto, não havia disponibilidade financeira e
não era obrigado a pagar.
Para complicar ainda mais a situação das
equipes, endividadas com credores, o Ministé- rio Público Estadual (MPE)
recomendou o go- verno do Estado a não repassar o dinheiro, já que é vedado
verba pública ser repassada para iniciativa privada. No caso, os clubes são
priva- dos. Há a ameaça por parte do MPE em punir o Estado caso a verba seja
liberada.
Liderados pelo presidente do Luverdense, Helmute Lawisch,
outros clubes como Cuiabá, Mixto, extinto Palmeiras do bairro do Porto, União,
Vila Aurora, REC, todos da cidade de Rondonópolis, Sorriso, Barra do Garças e
Atlético Campoverdense, de Campo Verde, esperam pelo repasse.
No projeto
aprovado prevê ainda o pagamento para os times que representaram Mato Grosso em
competições nacionais. Na temporada/2012, Cuiabá, Luverdense, ambos
disputaram a Série C do Brasileirão e o Mixto tentou o acesso à Terceira
Divisão do Nacional, disputando a Série D. Além disso, há os times
envolvidos na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior referente ao ano de
2011. Na época, os representantes foram o REC e Sinop F.C.
Pelas contas de Helmute Lawisch, o Luverdense tem quase R$ 500 mil para
receber referente à temporada passada. Apesar da disponibilidade do governo do
Estado quitar a dívida, não há mais garantia de que haverá este tipo de
ajuda ao futebol profissional.
Fonte: SportSinop/Valcir Pereira e A Gazeta
Foto: Redação/SportSinop